26/06/2015 - E precisa prosseguir em um mundo cada vez mais cheio de perigos. Saiba mais. ↓
Em 2015, como resultado do constante esforço do trabalho de conservação no litoral, o Projeto TAMAR comemora a ocupação das praias brasileiras por uma nova geração de jovens fêmeas de tartarugas marinhas, comprovando cientificamente o início da recuperação dessas espécies em nosso país. Dados analisados de 2010 a 2015 indicam o crescimento de 86,7% no número de filhotes nascidos em relação ao quinquênio anterior. Mesmo com a conquista, estimou-se que no último ano apenas 7.350 fêmeas estiveram em processo de reprodução, número pequeno, segundo o coordenador do TAMAR, oceanógrafo Guy Marcovaldi, mas uma grande vitória, já que no início eram poucas centenas na iminência de desaparecerem.
Até o começo dos anos de 1980, a matança de fêmeas de tartarugas marinhas e o consumo de quase todos os ovos por pescadores praticamente interrompeu o ciclo de vida desses animais no Brasil. Em 1981, um pequeno grupo de oceanógrafos conseguiu viabilizar o nascimento de 2 mil filhotes, e com a parceria da Petrobras desde 1983 ampliou anualmente o número de tartarugas protegidas. Até hoje, mais de 20 milhões de filhotes já foram para o mar graças à proteção do Projeto TAMAR. Como explica Marcovaldi, por fatores naturais, apenas um ou dois em cada mil vão sobreviver, pois mesmo ao nascerem em segurança, é no mar onde passam a maior parte da vida e acontece a maioria dos problemas que serão obrigados a enfrentar, até que em 30 anos consigam atingir a idade adulta para começarem a se reproduzir.
As tartarugas marinhas que hoje se reproduzem no Brasil precisam prosseguir em um mundo cheio de perigos, e por isso esses animais ainda ameaçados de extinção precisam do apoio de toda a sociedade. Redes de pesca, anzóis, fotopoluição e a poluição dos oceanos, além das mudanças climáticas, são os principais inimigos das tartarugas marinhas e podem interromper a chance de recuperação das cinco espécies que ocorrem no nosso país.
Projeto TAMAR
Criado há 35 anos, o Projeto TAMAR é uma cooperação entre o Centro Tamar/ICMBio e a Fundação Pró-TAMAR. Trabalha na pesquisa, proteção e manejo das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, todas ameaçadas de extinção: tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), tartaruga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) e tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea). Protege cerca de 1.100 quilômetros de praias e está presente em 25 localidades, em áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso das tartarugas marinhas, no litoral e ilhas oceânicas dos estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. Reconhecido internacionalmente como uma das mais bem sucedidas experiências de conservação marinha do mundo, seu trabalho socioambiental, desenvolvido com as comunidades costeiras, serve de modelo para outros países. O Projeto TAMAR tem o patrocínio oficial da PETROBRAS, através do programa PETROBRAS Socioambiental, e nos nove estados brasileiros onde atua, recebe diversos apoios locais.
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