27/12/2019 - Nas últimas décadas, o número de ninhos de tartaruga-oliva vem aumentando, com registros reprodutivos durante todos os meses do ano ↓
A principal área de desova de tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) no litoral brasileiro está localizada entre o norte do Rio São Francisco, abrangendo o litoral sul de Alagoas (Pontal do Peba) e todo estado de Sergipe, até o litoral norte baiano. Nesta área também são registradas em menor número desovas de tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), e tartaruga-verde (Chelonia mydas), todas ameaçadas de extinção.
Nas últimas décadas, o número de ninhos de tartaruga-oliva vem aumentando nessa área, com registros reprodutivos durante todos os meses do ano, sugerindo uma mudança no padrão reprodutivo da espécie, que antes concentrava suas desovas entre os meses mais quentes, de setembro a março. Na última temporada (2018/2019), foram registradas pelas bases de pesquisa do Projeto Tamar/Fundação Pró-Tamar em Sergipe (Ponta dos Mangues, Pirambu, Aracaju e Abaís) e na Bahia (Sítio do Conde) mais de 16 mil ocorrências reprodutivas de tartaruga-oliva, das quais 13.869 foram eventos de desova.
Ninhos marcados na praia de Pirambu, em Sergipe.
Na temporada de 2019/2020, que teve início no mês de agosto, os números já ultrapassam a marca de 6 mil ocorrências, com destaque para os dias compreendidos entre 16 e 21 de dezembro, em que foram observados 879 eventos reprodutivos, sendo 65% deles em apenas três dias.
Número de ocorrências reprodutivas por dia nas bases de Sergipe e em Sítio do Conde, na Bahia, em dezembro de 2019.
Apesar deste cenário positivo e animador, há inúmeras ameaças às tartarugas-oliva nesta região. Estudos realizados na área sugerem que a mortalidade desses animais está principalmente relacionada com a pesca de arrasto de camarão. Na região, as atividades pesqueiras são intensas e os locais de atuação das frotas frequentemente se sobrepõem às áreas de distribuição das tartarugas-oliva. Esta interação constante resulta em um alto número de tartarugas mortas devido à captura incidental.
A praia do Peba, no litoral sul de Alagoas, apesar da baixa quantidade de ocorrências reprodutivas observadas no esse trecho, é uma área importante para a conservação das tartarugas-oliva, pois é um local de permanência para tartarugas marinhas adultas e em fase de reprodução, além de um corredor migratório para a espécie. Nesta região, são registradas centenas de tartarugas adultas mortas anualmente com evidências de interação com a pesca de arrasto de camarão.
Registro de encalhe de tartaruga-oliva morta.
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